Nota pessoal
Decidi hoje escrever este texto por respeito às pessoas verdadeiramente livres e independentes que, tendo ou não votado em mim nas últimas eleições, não compreendem a minha mais recente decisão e se sentem, de certa forma, defraudadas ou desiludidas. Não incluo assim, nos destinatários destas palavras, aqueles que, orquestrada, sistemática e militantemente, agora me insultam, a mim e à instituição que dirijo, revelando uma intolerância inaceitável em democracia.
A minha decisão pessoal de aceitar o desafio que o Dr. Pedro Passo Coelho me lançou foi fruto de uma profunda reflexão e foi, acreditem, dificílima. Sabia o que me esperava caso aceitasse, mas também sabia que tinha a possibilidade de poder fazer algo de concreto pelo meu país. E a minha decisão foi essa: a de não ficar nos bastidores, mas antes assumir a minha missão em nome de Portugal.
Só quem não age, é que não é criticado. E eu ajo e agirei sempre que a minha consciência me ditar.
Sei que muita gente considera que “desperdicei” os quase 600 000 votos que tive em Janeiro. Não concordo. Eu apresentei um conjunto de ideias e elas “valeram” o voto de confiança de quase 600 000 pessoas. As eleições são isso mesmo: apresentação de projectos e sua submissão ao eleitorado. Mas não me considerei, desde então, a voz dessas pessoas. Sempre afirmei que só era dono do meu voto.
Se alguns daqueles que confiaram no meu projecto para a Presidência da República o acham incompatível com o desafio que decidi agora abraçar, eu afirmo que não é. A intenção foi, é e continuará a ser melhorar Portugal. O objectivo foi, é e continuará a ser poder fazer, poder concretizar. Os tempos que vivemos são duros. São difíceis e conturbados. Pouco haverá a fazer para minimizar o impacto que os próximos anos terão na vida dos Portugueses. Mas ainda há espaço de manobra. E eu decidi, em consciência, estar presente e contribuir com as minhas ideias, os meus ideais e valores, para, naquilo que puder, tentar minimizar esse impacto. Quem critica tem que estar disponível para deitar mãos à obra. Criticar é disponibilizarmo-nos para participar na mudança.
Eu critiquei. Não podia assim, quando alguém (que sabe o que penso, o que defendo e quem sou) me desafia a deitar mãos à obra, dizer não. Ou melhor, podia, mas estaria a ser cobarde e, aí sim, incoerente comigo próprio. Se critico é porque acho que é possível fazer melhor. Achar que é possível fazer melhor e ficar sentado é cobardia. É desonestidade. É desinteresse. É incoerência.
Quem me lançou este desafio sabe que sou independente. E aceitou respeitar essa independência. E eu aceitei estar ao seu lado, nos tempos mais próximos. E ajudar a que este país seja mais justo e socialmente mais equilibrado. O Dr. Passos Coelho decidiu dar uma continuidade àquele que tem vindo a ser um sinal do eleitorado: vontade de ver cidadãos independentes com poder para agir. Corajosa, esta opção. A sua prossecução é difícil, mas exequível. O debate político não se esgota nos rótulos de direita ou de esquerda. O exercício da política é mais: é principalmente honestidade, abnegação, exemplaridade, rigor, transparência e sentido de Estado. Sempre o disse.
Gostaria que aqueles que hoje se sentem zangados, tristes, desiludidos e até traídos, se dessem ao trabalho de me ver agir. Não estou a pedir votos. Estou a afirmar que, se tiver oportunidade, farei a diferença e que, disso, ninguém duvide! Mas tal, só o tempo poderá demonstrar…
Duas notas apenas:
1 – Este blog nunca publicou e nunca publicará comentários com vocabulário desapropriado. Muitos têm sido os posts aqui publicados que geraram controvérsia. E sempre todos os comentários foram publicados, desde que argumentados e educados. Nunca insultei ninguém. Liberdade de expressão não é poder insultar. É poder exprimir opiniões.
2 – Lamento que a AMI esteja a ser alvo de uma campanha suja, para denegrir a sua imagem. A quantidade de pessoas que esta instituição ajuda, diariamente, é merecedora de um pouco mais de respeito, assim como a equipa de mais de 200 pessoas e muitas centenas de voluntários que trabalham, afincadamente, para o bem comum. Um puro acto de egoísmo este o de alguém que prefere, para atingir os seus fins, não olhar à quantidade de pessoas que pode estar a prejudicar… Intolerável e inaceitável!