D. Francisco de Almeida, Afonso de Albuquerque e D. João de Castro
Falo-vos desses magníficos personagens históricos, o primeiro e o terceiro Vice-Reis e o segundo Governador da Índia. Nutro pelos três uma profunda admiração porque com eles muito me tenho cruzado nas minhas andanças pelo Golfo Pérsico e pelo Índico desde 1981 e é sempre bom reavivar as nossas memórias e pensarmos nos nossos egrégios avós… Sobre todos eles tenho livros na minha biblioteca.
Os três foram magníficos e íntegros servidores do Estado. Morreram mais pobres do que quando assumiram as suas altas funções. Nenhum deles regressou vivo ao país (apenas as cinzas de D. João regressaram…). Todos perderam filhos na linha da frente (ou sobrinhos, no caso de Afonso de Albuquerque)!
D. Lourenço, filho de D. Francisco, morreu em combate, durante o vice-reinado de seu pai, frente a Chaul, na costa da Índia, em 1508, após ter achado o Ceilão em 1505. Foi o primeiro nome português que ouvi no Sri Lanka (antigo Ceilão e mítica Taprobana de Luís Vaz de Camões) quando lá cheguei com a AMI, dia 28 de Dezembro de 2004, dois dias após o terrível tsunami. É em sua homenagem, e com o seu nome, que será inaugurado um grande centro social e cultural em Batticaloa, na costa oriental do Sri Lanka, que a AMI está a construir através da Fundação Portugal - Sri Lanka, que lá criou e da qual sou patrono e que ainda este ano visitarei.
Em Goa os três deixaram marcas. Indeléveis, no caso de Afonso de Albuquerque que lá ficou sepultado. Em Malaca, evidentemente, é impossível não pensar no imenso estadista que foi este Governador, onde chegou em 1511, quando confrontados com os restos da sua fortaleza “A Famosa”!
Em Malaca também, no interior da Igreja de S. Paulo, encontra-se a placa tumular de D. Miguel de Castro, o filho mais novo de D. João, que morreu enquanto comandante dessa fortaleza! De referir que D. João perdeu ainda um outro filho na linha da frente, D. Fernando, no baluarte de Diu!
É em nome deles que há dois anos que a AMI desenvolve um projecto em Malaca.
Magníficos portugueses! A eles, e a outros da sua fibra, devemos a grandeza de Portugal: foi o tempo dos deveres sagrados em que os Vice-Reis e outros altos dignitários do Estado levavam, ou enviavam, os seus filhos e sobrinhos para a linha da frente onde morriam, se assim o dever impusesse, em nome de um país, o nosso, a que se chamou Pátria! Não se esqueçam deles por favor!