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Contra a Indiferença

A visão de um cidadão activo e inconformado com certos aspectos e da sociedade.

A visão de um cidadão activo e inconformado com certos aspectos e da sociedade.

Contra a Indiferença

26
Ago14

Agenda Pós-2015: A imperiosa participação da Sociedade Civil

Fernando Nobre

Caros Amigos,

 

Na véspera de participar na 65.ª edição da conferência do Departamento de Informação Pública da ONU, desta vez, subordinada ao tema da agenda pós-2015, em particular, ao papel da Sociedade Civil na definição dessa agenda, partilho aqui mais uma crónica de opinião publicada na Visão Solidária.

21
Jul14

Grito e choro por Gaza e por Israel

Fernando Nobre
Um texto que escrevi há anos, aqui mesmo neste blog, e que está dolorosamente atual...
 

Há momentos em que a nossa consciência nos impede, perante acontecimentos trágicos, de ficarmos silenciosos porque ao não reagirmos estamos a ser cúmplices dos mesmos por concordância, omissão ou cobardia. 

O que está a acontecer entre Gaza e Israel é um desses momentos. É intolerável, é inaceitável e é execrável a chacina que o governo de Israel e as suas poderosíssimas forças armadas estão a executar em Gaza a pretexto do lançamento de roquetes por parte dos resistentes (“terroristas”) do movimento Hamas.

 

Importa neste preciso momento refrescar algumas mentes ignorantes ou, muito pior, cínicas e distorcidas:

- Os jovens palestinianos, que são semitas ao mesmo título que os judeus esfaraditas (e não os askenazes que descendem dos kazares, povo do Cáucaso), que desesperados e humilhados atuam e reagem hoje em Gaza são os netos daqueles que fugiram espavoridos, do que é hoje Israel, quando o então movimento “terrorista” Irgoun, liderado pelo seu chefe Menahem Beguin, futuro primeiro ministro e prémio Nobel da Paz, chacinou à arma branca durante uma noite inteira todos os habitantes da aldeia palestiniana de Deir Hiassin: cerca de trezentas pessoas. Esse ato de verdadeiro terror, praticado fria e conscientemente, não pode ser apagado dos Arquivos Históricos da Humanidade (da mesma maneira que não podem ser apagados dos mesmos Arquivos os atos genocidários perpetrados pelos nazis no Gueto de Varsóvia e nos campos de extermínio), horrorizou o próprio Ben Gourion mas foi o ato hediondo que provocou a fuga em massa de dezenas e dezenas de milhares de palestinianos para Gaza e a Cisjordânia possibilitando, entre outros fatores, a constituição do Estado de Israel.


- Alguns, ou muitos, desses massacrados de hoje descendem de judeus e cristãos que se islamisaram há séculos durante a ocupação milenar islâmica da Palestina. Não foram eles os responsáveis pelos massacres históricos e repetitivos dos judeus na Europa, que conheceram o seu apogeu com os nazis: fomos nós os europeus que o fizemos ou permitimos, por concordância, omissão ou cobardia! Mas são eles que há 60 anos pagam os nossos erros e nós, a concordante, omissa e cobarde Europa e os seus fracos dirigentes assobiam para o ar e fingem que não têm nada a ver com essa tragédia, desenvolvendo até à náusea os mesmos discursos de sempre, de culpabilização exclusiva dos palestinianos e do Hamas “terrorista” que foi eleito democraticamente mas de imediato ostracizado por essa Europa sem princípios e acéfala, porque sem memória, que tinha exigido as eleições democráticas para depois as rejeitar por os resultados não lhe convirem. Mas que democracia é essa, defendida e apregoada por nós europeus?


- Foi o governo de Israel que, ao mergulhar no desespero e no ódio milhões de palestinianos (privados de água, luz, alimentos, trabalho, segurança, dignidade e esperança ), os pôs do lado do Hamas, movimento que ele incentivou, para não dizer criou, com o intuito de enfraquecer na altura o movimento FATAH de Yasser Arafat. Como inúmeras vezes na História, o feitiço virou-se contra o feiticeiro, como também aconteceu recentemente no Afeganistão.


- Estamos a assistir a um combate de David (os palestinianos com os seus roquetes, armas ligeiras e fundas com pedras...) contra Golias (os israelitas com os seus mísseis teleguiados, aviões, tanques e se necessário...a arma atómica!).


- Estranha guerra esta em que o “agressor”, os palestinianos, têm 100 vezes mais baixas em mortos e feridos do que os “agredidos”. Nunca antes visto nos anais militares!


- Hoje Gaza, com metade a um terço da superfície do Algarve e um milhão e meio de habitantes, é uma enorme prisão. Honra seja feita aos “heróis” que bombardeiam com meios ultra-sofisticados uma prisão praticamente desarmada (onde estão os aviões e tanques palestinianos?) e sem fuga possível, à semelhança do que faziam os nazis com os judeus fechados no Gueto de Varsóvia!


- Como pode um povo que tanto sofreu, o judeu do qual temos todos pelo menos uma gota de sangue (eu tenho um antepassado Jeremias!), estar a fazer o mesmo a um outro povo semita seu irmão? O governo israelita, por conveniências políticas diversas (eleições em breve...), é hoje de facto o governo mais anti-semita à superfície da terra!


- Onde andam o Sr. Blair, o fantasma do Quarteto Mudo, o Comissário das Nações Unidas para o Diálogo Inter-religioso e os Prémios Nobel da Paz, nomeadamente Elie Wiesel e Shimon Perez? Gostaria de os ouvir! Ergam as vozes por favor! Porque ou é agora ou nunca!


- Honra aos milhares de israelitas que se manifestam na rua em Israel para que se ponha um fim ao massacre. Não estão só a dignificar o seu povo, mas estão a permitir que se mantenha uma janela aberta para o diálogo, imprescindível de retomar como único caminho capaz de construir o entendimento e levar à Paz!


- Honra aos milhares de jovens israelitas que preferem ir para as prisões do que servir num exército de ocupação e opressão. São eles, como os referidos no ponto anterior, que notabilizam a sabedoria e o humanismo do povo judeu e demonstram mais uma vez a coragem dos judeus zelotas de Massada e os resistentes judeus do Gueto de Varsóvia!

Vergonha para todos aqueles que, entre nós, se calam por cobardia ou por omissão. Acuso-os de não assistência a um povo em perigo! Não tenham medo: os espíritos livres são eternos!

 

É chegado o tempo dos Seres Humanos de Boa Vontade de Israel e da Palestina fazerem calar os seus falcões, se sentarem à mesa e, com equidade, encontrarem uma solução. Ela existe! Mais tarde ou mais cedo terá que ser implementada ou vamos todos direito ao Caos: já estivemos bem mais longe do período das Trevas e do Apocalipse.

É chegado o tempo de dizer BASTA! Este é o meu grito por Gaza e por Israel (conheço ambos): quero, exijo vê-los viver como irmãos que são.
 

26
Mai14

Níger

Fernando Nobre

Caros Amigos,

 

Partilho este artigo http://www.theguardian.com/global-development/poverty-matters/2014/mar/17/niger-food-crisis-scheme-commune-de-convergence sobre a crise alimentar no Níger, poucos dias depois de ter regressado desse país, cuja situação me impressionou, apesar de todos os flagelos que já presenciei. Como ajudar um país com o maior índice de crescimento demográfico do mundo (3,9%/ano), no qual todos os anos, entram 500.000 crianças para o ensino primário, em que a escravatura é uma condição socialmente aceitável, embora proibida na Constituição, e que ocupava o 186º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano de 2013? Costumo dizer que não há “obstáculo inultrapassável, montanha inacessível nem fortaleza inexpugnável”, mas estes  fatores tornam a definição de uma intervenção humanitária um pouco mais difícil…

07
Abr14

Deixemo-nos inspirar... Por palavras ou por atos?

Fernando Nobre

Caros Amigos,

 

no Dia Mundial da Saúde, partilho, mais uma vez, convosco, algumas das minhas preocupações sobre dois temas intrinsecamente ligados aos Objetivos do Milénio, nomeadamente a fome e a saúde, convidando-vos a ler aqui mais uma crónica publicada na Visão Solidária e a refletir sobre a importância de pugnarmos por ações concretas na prossecução de resultados visivelmente melhores.

09
Jan14

Eusébio – uma singela recordação

Fernando Nobre

Em 1989, durante a visita de Estado do então Primeiro-ministro, Prof. Aníbal Cavaco Silva, a Moçambique, estive pela primeira vez com Eusébio e Coluna. Integrávamos a comitiva. No dia de inauguração da Feira do Livro Português em Maputo, encontrámo-nos no passeio em frente ao Hotel Polana, sem transporte. Partilhámos um táxi. Durante o trajeto, foi possível verificar nestas duas personalidades, pessoas de grande valia humana, humildade, simplicidade e sensibilidade, apanágio dos homens grandes. Já eram figuras reconhecidas internacionalmente e eu era apenas um jovem médico integrado na comitiva de Estado porque a AMI tinha, na altura, missões na região norte de Moçambique, em Nampula.

 

Nunca mais revi Coluna nem Eusébio. No entanto, após essa viagem, recebi uma fotografia do Eusébio, autografada. A este Homem, que representou e representa ainda, na sua arte, o Futebol, um dos expoentes de Portugal, a minha singela homenagem e gratidão.

 

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- "Viagens Contra a Indiferença",
Temas & Debates

- "Gritos Contra a Indiferença",
Temas & Debates

- "Imagens Contra a Indiferença",
Círculo de Leitores / Temas & Debates


- "Histórias que contei aos meus filhos",
Oficina do Livro


- "Mais Histórias que Contei aos Meus Filhos", Oficina do Livro

- "Humanidade - Despertar para a Cidadania Global Solidária", Temas e Debates/Círculo de Leitores

- "Um conto de Natal", Oficina do Livro

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