Presidenciais 2016 - Comentário na RTP3
Caros Amigos,
Deixo-vos aqui o comentário que fiz ontem no programa 360º da RTP3 (a partir do minuto 28:25) sobre as próximas eleições presidenciais.
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Caros Amigos,
Deixo-vos aqui o comentário que fiz ontem no programa 360º da RTP3 (a partir do minuto 28:25) sobre as próximas eleições presidenciais.
Caros Amigos,
Na véspera de participar na 65.ª edição da conferência do Departamento de Informação Pública da ONU, desta vez, subordinada ao tema da agenda pós-2015, em particular, ao papel da Sociedade Civil na definição dessa agenda, partilho aqui mais uma crónica de opinião publicada na Visão Solidária.
Pode ser vista aqui.
Caros Amigos,
Porque os tempos difíceis que as populações e o mundo vivem, fruto de "lideranças" insensíveis, corruptas e gananciosas, que ainda não entenderam quanto o Ser é infinitamente muito mais importante e construtivo do que o estéril Ter, que tudo corrompe, deixo-vos aqui este texto que já tiveram oportunidade de ler neste blogue e que foi publicado agora na Visão Solidária.
Aproveito, ainda, para vos desejar um Feliz Natal e um 2014 determinado e tenaz pela construção de um Mundo mais justo e harmonioso.
No dia da partida de uma equipa da AMI para as Filipinas, onde se irá juntar à equipa que está no terreno desde o dia 12 de novembro a prestar assistência à população afetada pelo Tufão Haiyan ou Yolanda na Ilha de Leyte, e perante mais um impasse na Conferência do Clima em Varsóvia (como já tinha acontecido na cimeira Rio+20, onde estive presente), apesar dos discursos e apelos emocionados dos delegados das Filipinas, tomo a liberdade de publicar um texto que escrevi para o editorial da revista AMINotícias (n.º 43) em 2007 e que, infelizmente, continua muito atual.
Desde a Cimeira do Rio em 1992, sobre alterações climáticas e o subsequente Protocolo de Quioto, que os EUA e a China nunca ratificaram, forçoso é constatar que pouco ou nada se fez no que diz respeito às causas responsáveis pelas alterações climáticas do nosso planeta.
O que aconteceu desde então, pese embora a urgência das respostas perante as alterações constatadas (os inquietantes “efeito de estufa” e “aquecimento global”) bem como a elevada previsibilidade das suas tremendas consequências, consubstanciou-se sobretudo, e isto foi muito positivo independentemente dos responsáveis políticos globais, na esclarecida e decisiva tomada de consciência do problema por parte da emergente Cidadania Global. Como consequência dessa metamorfose cívica, ocorreram umas parcas, diminutas e tímidas medidas de contenção por parte de alguns governos e da União Europeia. Mesmo estes, não souberam estar à altura das suas responsabilidades ao não reagirem e atuarem com a determinação exigida a curto e médio prazo, remetendo as aplicações concretas dos objetivos medíocres anunciados para prazos dilatados ou até mesmo para as calendas gregas.
E assim, no pântano da indecisão e incompetência, já se passaram 15 anos! Nestes 15 anos, poderíamos e deveríamos ter sido muito mais ambiciosos e audaciosos na poupança de matérias-primas através da reciclagem, na substituição dos hidrocarbonetos (do petróleo, do carvão e do gás como fontes energéticas absolutas) e na consequente diminuição das emissões de CO2.
Já então tínhamos as capacidades tecnológicas para o fazer! Faltou, repito, a vontade e a determinação políticas, assim como a sensibilidade humanística por parte do imenso poderio do “complexo petroquímico” que não quis, e continua a não querer até hoje, prescindir de uma parte dos seus fáceis e faraónicos lucros obtidos a partir da exploração das jazidas de matérias fósseis, quase sempre sem as justas contrapartidas de bem-estar para as populações dos países “produtores”. Pelo contrário, veja-se a miséria oferecida aos nativos, do Médio Oriente à costa ocidental de África, como contrapartida da exploração do ouro negro. Faltou igualmente, por parte da sociedade civil organizada, e aqui fica o mea culpa, uma sensibilização adequada e sustentada junto das sociedades dos países mais ricos no sentido da contenção do seu consumismo de modo a contribuírem para um desenvolvimento equitativo e sustentado global do nosso planeta.
Em vez de prevenir, preferimos remediar! Eis-nos agora perante a iminência de catástrofes cataclísmicas provocadas pelo aquecimento global, tais como:
Tais consequências são já consideradas irreversíveis, faça-se o que se fizer hoje, para os próximos 25 a 30 anos! Já amanhã! Tal foi assumido no relatório anual de 2007 do International Institute for Strategic Studies que refere que essas alterações poderão provocar conflitos internacionais “equivalentes a uma guerra nuclear” e também pelos delegados do Grupo Intergovernamental de Peritos sobre a Evolução do Clima. Por isso, as Nações Unidas estão a prever necessitar um montante adicional de 4 mil milhões de USD no seu orçamento, sobretudo para reagir às crises humanitárias climáticas em 2008...
Será preciso mais para acordarmos todos? Ou será que já escolhemos um futuro autofágico e suicida? De que estamos à espera? De mais discursos e mais cimeiras como a que decorreu em Bali, na Indonésia, que juntou cerca de 13 mil pessoas e 190 países, com muita retórica e modestos e dececionantes objetivos práticos?
Em nome da humanidade, de todos nós, dos nossos filhos e netos É PRECISO ATUARMOS JÁ, mesmo tendo em conta a irreversibilidade próxima de algumas funestas consequências, resultado da nossa total cegueira das últimas duas a três décadas. O nosso Planeta já não aguenta e não tolera mais os nossos desmandos globais. Não temos sabido escutar e interpretar os muitos sinais anunciadores de mudanças e, por isso mesmo, não soubemos ainda adaptar-nos corretamente aos novos tempos e às suas prementes exigências; temos sido péssimos gestores do nosso bem-estar futuro. Mais levianos e incompetentes é difícil. Somos todos responsáveis da não assistência ao nosso planeta em perigo! É, pois, já, uma questão de vida ou de morte! Mais vale um acordar violento do que os cantos de sereia com que alguns irresponsáveis e incompetentes gananciosos globais nos querem adormecer, levando-nos ao suicídio coletivo.
A AMI, como gotinha de água que é, está a atuar e prepara-se para o que aí vem. Está a atuar em Portugal e no Mundo. Como? Aumentando e reforçando as suas iniciativas de reciclagem (RX, consumíveis informáticos, telemóveis, óleos alimentares...), iniciadas há 12 anos, desafiando empresas e cidadãos para a compensação das suas emissões de CO2 através da plantação de árvores autóctones (Projeto Ecoética); alargando a sua rede de apoio social em Portugal e atuando em mais de 45 países de todos os continentes, tentando criar, com as nossas equipas e os nossos parceiros locais, as condições de desenvolvimento sustentáveis para as suas populações, tendo sempre em mente o nosso futuro global coletivo.
Estamos também a preparar-nos para o que pensamos ser, desde já, inevitável: tragédias climáticas e fluxos migratórios massivos. Como? Alargando a nossa rede de contactos globais, criando uma rede social de apoio forte e alargada em Portugal e reforçando as nossas capacidades humanas, logísticas e financeiras para que nos permitam atuar sempre que necessário e possível...
Ao tentarmos antecipar-nos às crises, prevendo-as “tanto quanto humanamente é possível fazê-lo”, e ao tentarmos adaptar-nos às mudanças já inevitáveis, pretendemos, só e apenas, dar o nosso contributo positivo. É a nossa gota de água na construção da Paz e da Harmonia globais. É apenas uma gotinha, mas dela não prescindimos, em nosso nome e em nome dos nossos filhos e netos!
Com todos vós, estou certo, vamos conseguir!
No dia internacional para a erradicação da pobreza, deixo-vos aqui, mais um artigo de opinião publicado na Visão Solidária.
Deixo-vos, aqui, um novo artigo de opinião publicado na Visão Solidária.
Uma vez que foi ontem votado, em reunião plenária, o parecer sobre a minha renúncia ao mandato de deputado, publico hoje a carta que enviei à Presidente da Assembleia da República, Dra. Assunção Esteves, na qual explico as razões da minha decisão.
Lisboa, 1 de Julho de 2011
Senhora Presidente da Assembleia da República,
Excelência,
Venho por esta via, com a máxima consideração e o total respeito pelos deputados eleitos e pela insubstituível função exercida pela Assembleia da República, como genuína casa da representatividade nacional na sua pluralidade e da Democracia portuguesa, apresentar a minha renúncia, a partir do dia de hoje, ao mandato de Deputado, eleito como independente e primeiro candidato da lista do Partido Social Democrático pelo círculo de Lisboa, para a XII Legislatura que teve início a 20 de Junho de 2011.
Independentemente da grande honra que é ser deputado, decidi em consciência que, perante os grandes desafios sociais que teremos de enfrentar e viver no futuro próximo, serei mais útil na acção, no terreno, ajudando os Portugueses mais afectados pela crise e desprotegidos a combater a miséria, a exclusão social e a injustiça, promovendo a dignidade e a esperança entre os mais pobres, voltando à minha actividade de mais de trinta anos de intervenção cívica, humanitária e de ajuda ao desenvolvimento em Portugal e no Mundo, no quadro dos Médecins Sans Frontières e da Fundação AMI, instituição que tive a honra de fundar em 1984 e a que presido.
É nessa área, e diante dos tempos duros que nos esperam de real emergência social, que a minha experiência, o meu empenho e o meu trabalho melhor poderão servir o País na resolução dos problemas concretos de pessoas concretas.
Nesse sentido, ao longo de mais de três décadas, creio ter ajudado a prestigiar Portugal no Mundo e contribuído para a diminuição das desigualdades e exclusão social no nosso País.
O Parlamento é a Casa da Democracia e os partidos políticos os seus pilares insubstituíveis e incontornáveis. Estou certo que chegará um dia em que o reconhecimento da pluralidade de modelos de representação política aclamará o Parlamento também como a Casa da Cidadania.
Quero também deixar expresso, nesta minha carta de renúncia ao mandato de deputado, o meu sentido respeito e a minha profunda amizade pela Excelentíssima Senhora Presidente da Assembleia da República, Dra. Assunção Esteves, e a minha elevada consideração pelas Senhoras Deputadas e pelos Senhores Deputados eleitos. É com alguma tristeza que me afasto das funções de recém-eleito deputado, mas estou certo e ciente de que serei, como já referi, mais útil aos portugueses, a Portugal e ao Mundo na acção cívica e humanitária que constitui a minha marca identitária.
Quero aqui expressar o meu mais sentido agradecimento ao Senhor Presidente do Partido Social Democrata, Dr. Pedro Passos Coelho, pelo desafio que me lançou para encabeçar a lista de Deputados pelo Círculo de Lisboa e pela honra que me deu o grupo parlamentar do PSD, como partido vencedor das últimas eleições legislativas, ao propor-me, como cidadão independente e oriundo da Sociedade Civil, como primeiro candidato do Partido Social Democrata a Presidente da Assembleia da República.
Travar esta batalha ao lado do Senhor Dr. Pedro Passos Coelho e da grande maioria do PSD constituiu um enorme desafio que muito me orgulha e uma imensa honra. O Senhor Dr. Pedro Passos Coelho e a maioria do grupo parlamentar do PSD tiveram sempre para comigo uma atitude de grande estímulo e apreço. Tentei retribuir dando toda a minha energia, disponibilidade e genuíno empenhamento.
Pressinto no Senhor Dr. Pedro Passos Coelho, nosso mui digno Primeiro-Ministro, a inteligência determinada, a coragem, o bom senso e o sentido de Estado necessários para resgatar Portugal do caos económico, político e social, irresponsavelmente por outros criado.
Acredito também que a Assembleia da República, por si tão dignamente presidida, dará um significativo contributo para o futuro positivo de Portugal.
Por fim, quero agradecer, uma vez mais, aos Deputados do PSD pelo Círculo de Lisboa, e em particular à JSD, que me acompanharam, apoiaram e defenderam, durante toda a campanha. O sucesso eleitoral do PSD no Círculo de Lisboa, que tive a honra de encabeçar, deveu-se a uma equipa de gente extraordinária, generosa, e de coragem. Guardá-los-ei sempre nas minhas mais gratas recordações.
Às Senhoras Deputadas e aos Senhores Deputados, as minhas sinceras saudações e o desejo de grande êxito para o exercício do seu mandato.
Estou seguro de que todos nós, independentemente do lugar onde exerceremos o nosso dever de cidadania, saberemos cumprir as nossas responsabilidades e responder com honra aos desafios do nosso tempo e de Portugal.
Com os meus respeitosos cumprimentos,
Fernando José de La Vieter Ribeiro Nobre
Aceitei o convite que me foi dirigido pelo Dr. Pedro Passos Coelho para ser candidato a deputado, com o estatuto de independente, para cabeça de lista por Lisboa e ainda para a minha indigitação como candidato a Presidente da Assembleia da República.
Foi uma decisão muito difícil. Fi-lo depois de prolongada reflexão e ponderando com profundidade e seriedade todos os interesses atendíveis.
Depois da minha candidatura Presidencial e da caminhada que comigo fizeram milhares de portugueses, muitos desiludidos com a política e sequiosos de encontrar uma alternativa de Cidadania, não foi simples nem óbvio para mim encontrar a resposta justa e assertiva ao desejo que o Dr. Pedro Passos Coelho me colocou.
O País vive uma situação dramática, os tempos que nos aguardam são espinhosos e duros, estamos carecidos de rumo e é preciso encontrar plataformas de entendimento que nos permitam abrir os caminhos do futuro.
Não há mais tempo a perder. Não há mais tempo para esperar que os problemas se resolvam por si.
Eu acredito, e disso dei conta aos portugueses, que todos temos o dever de participar. O facto de termos o direito de sermos independentes não nos livra da responsabilidade de contribuir para o futuro colectivo.
Não era meu propósito ser deputado, e disso de resto dei público conhecimento em recente entrevista a um Semanário. Não era essa a via pela qual acreditava poder continuar a missão que me propusera.
Mas o projecto que me foi apresentado pelo Dr. Pedro Passos Coelho é bem mais amplo, para além de que preserva a minha autonomia e independência.
Pela primeira vez na história da Democracia Portuguesa, um Cidadão independente, sem vinculo partidário, poderá contribuir, com a sua intervenção, na gestão da politica, num lugar de tão grande relevância como é a Presidência do Parlamento.
Isso terá óbvias consequências no entendimento e credibilização da acção politica, bem como será, espero, um estímulo para uma participação mais activa dos cidadãos na vida política do País.
Tentarei com empenhamento total contribuir para a reconciliação dos cidadãos com a prática politica, para que diminua a abstenção, e para que os cidadãos voltem a acreditar que existe esperança, porque são possíveis práticas politicas alternativas.
Acredito nas intenções do Dr. Passos Coelho e revejo-me em muitos dos argumentos que me apresentou e no modelo que, em conjunto,idealizámos como uma via para ajudar a desbloquear o nosso sistema político que hoje está desfasado do País e da vida dos Portugueses.
Sei que poderei ser alvo de muitas incompreensões, de outras tantas críticas e até do desprezo de muitos, mas o que me determinou foi a convicção de que poderei servir o meu País e ser útil a Portugal. Sou antes de mais um homem de acção e um patriota.
Serei um Presidente da Assembleia da República escrupulosamente respeitador das instituições e do Estado mas não renegarei nunca as minhas convicções, a minha vocação de humanista, e os valores e desígnios da Cidadania.
Acredito que, com trabalho e diálogo permanente com os grupos parlamentares, é possível reforçar a confiança dos portugueses no seu parlamento e estabelecer novas formas de relação com a sociedade civil.
Estou já a preparar um programa que submeterei aos futuros líderes parlamentares para gerar mais consensos, para reforçar o regime e a democracia, para abrir novas oportunidades de auscultação e diálogo com os cidadãos.
Terei uma intervenção activa, transparente e mobilizadora. Tudo farei para que o exemplo restitua a esperança e a esperança constitua um factor de unidade em torno da reconstrução de Portugal.
Não há nenhum compromisso que valha o papel em que foi escrito se esquecer o povo como principal protagonista do esforço de desenvolvimento de Portugal.
Acredito que, mesmo quando os tempos parecem adversos e o caminho sem saída, os nossos problemas podem ser ultrapassados.
O que Portugal precisa é que se forme um sentimento de Justiça e Solidariedade para todos, independentemente das suas crenças e opções.
O que realmente necessitamos é que pessoas com opiniões diferentes se juntem, com respeito mútuo, para cooperar nas soluções dos nossos problemas.
Portugal e a Democracia não têm tempo a perder. Por isso aceitei este desafio. Mais uma vez com espírito de missão e de consciência tranquila, porque sinto que é hoje e não amanhã que devo servir o meu País.
Conto com todos os que comigo se têm genuinamente batido pela defesa dos direitos civis e sociais e por uma cidadania activa que apresente soluções concretas para os problemas urgentes da nossa sociedade.
Esta não é a hora de estar calado e acomodado.
Nunca Portugal necessitou tanto que todos os cidadãos assumam as suas responsabilidades e façam ouvir a sua voz.
Se todos nascemos livres e iguais em dignidade e direitos, não há tempo melhor que este para exercermos com determinação e responsabilidade os nossos deveres.
Foi a pensar nos que não têm voz e no futuro das novas gerações que tomei esta decisão.
Lisboa 10 de Abril 2011
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